sexta-feira, 1 de julho de 2011

O PÉ DE FEIJÃO

O PÉ DE FEIJÃO

O pé de feijão desafia
O concreto subindo na calçada,
As ramas espalham-se pelo chão.
Cujas mãos alcançam o poste.

O pé de feijão persiste
Vai subindo, subindo,
O vento balança as folhas,
O pé de feijão feliz dança.

O pé de feijão insiste,
As flores cálidas, caladas
Ele olha para o sol sorrindo,
Enverga os braços agradecidos.

O gafanhoto voa... Voa,
Sobrevoa as folhas do pé de feijão,
As folhas, agradecidas juntam-se e batem palmas.

O pé de feijão vence o cansaço
Os braços compridos abraçam o poste
Aconchegando as folhas contra a saraivada,
A chuva de aço e do mormaço do asfalto.

O pé de feijão aposta na sorte,
Une as mãos, protegendo as flores dos falatórios,
Dos ruídos altos e do piche do asfalto.

O pé de feijão não desiste
Desafia a fumaça, a areia
Se faz de forte,
No meio da poluição do lixo cósmico
O pé de feijão enfrenta a morte.

O pé de feijão atinge a nuvem,
Senta na almofada de algodão.
Enrola-se no lençol azul,
O pé de feijão descansa com a cortesia da mão leve
Da noite.
Como um véu massageando a sua pele.

O pé de feijão debruça os olhos deslumbrantes
Na lua faceira a passear flutuante no ar.
Fixa os olhos, na estrela guia rodeada das estrelas
Esculpidas no espelho azul do firmamento.
A essência do silêncio transborda a alma verde
Do pé de feijão de paz.
Poeta Rosa Leme

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