segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Poesia

Taipa

De estrutura pau a pique
construída com barro úmido
dentro vidas secas,
desejando Água fresca.

O nordeste clama, reclama
o nordestino aplaina,
quando apanha a palma
as crianças batem palmas.

Mulheres de havaianas
vão pela estrada
cantam, dançam, com feixes de lenha
e latas d’água na cabeça

A Maria, Joana, Amélia
e a Elis
elas dizem com alegria
“Eu sou feliz!”

O moço de olhos tristes
com enxada e foice nas costas
olha para o sol
e diz “a chuva foi-se!”

O João de barro
carrega no bico o barro úmido
o cachorro da casa de taipa
sem corrente saúda a vida contente.

Pau a pique
vidas sofridas, vividas.
Vidas com fibra,
aplaude o pica pau.

Nenhum comentário: