Taipa
De estrutura pau a pique
construída com barro úmido
dentro vidas secas,
desejando Água fresca.
O nordeste clama, reclama
o nordestino aplaina,
quando apanha a palma
as crianças batem palmas.
Mulheres de havaianas
vão pela estrada
cantam, dançam, com feixes de lenha
e latas d’água na cabeça
A Maria, Joana, Amélia
e a Elis
elas dizem com alegria
“Eu sou feliz!”
O moço de olhos tristes
com enxada e foice nas costas
olha para o sol
e diz “a chuva foi-se!”
O João de barro
carrega no bico o barro úmido
o cachorro da casa de taipa
sem corrente saúda a vida contente.
Pau a pique
vidas sofridas, vividas.
Vidas com fibra,
aplaude o pica pau.
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